Há exatos 23 anos, O Clone, novela de Glória Perez, conquistava uma audiência histórica e se tornava um fenômeno mundial. Exibida em mais de 90 países, a trama não apenas encantou os telespectadores, mas também moldou a cultura popular com suas expressões e bordões que permanecem vivos até hoje.

Com um enredo que misturava drama, romance e cultura árabe, O Clone se destacou por seu retrato da tradição e modernidade, e pela criação de um dos casais mais icônicos da história da teledramaturgia: Jade (Giovanna Antonelli) e Lucas (Murilo Benício). O romance proibido entre eles, que envolvia o clone de Lucas, Léo, e o árabe Said (Dalton Vigh), gerou discussões sobre identidade, destino e amor, tornando-se uma das histórias mais emocionantes da televisão brasileira.

O impacto da novela foi além das telas. Muitas expressões árabes, como “Maktub” (está escrito), “Inshalá” (se Deus quiser), e “Haram” (proibido), ficaram no vocabulário popular. Bordões como “Cada mergulho é um flash”, dita pela irreverente Odete (Mara Manzan), e “Não é brinquedo, não”, da Dona Jura (Solange Couto), também se tornaram parte do cotidiano dos brasileiros.

Além das falas memoráveis, a novela trouxe uma série de participações especiais que marcaram época. Personagens como Molina (Mário Lago) e Miss Brown (Beatriz Segall), que já haviam feito sucesso em Barriga de Aluguel (1990), voltaram a ganhar destaque, e a trama contou com a participação de artistas como Zeca Pagodinho, Benito di Paula, Alcione, Jorge Aragão, Martinho da Vila e muitos outros, incluindo astros do esporte, como Ronaldinho Gaúcho, Pelé e Oscar Schmidt.

A história também causou grande repercussão fora do Brasil. Em 2002, El Clon, a versão da novela transmitida pela Telemundo, fez enorme sucesso entre a comunidade hispânica nos Estados Unidos e países de língua espanhola. A audiência no horário das 10 da noite aumentou em 60%, tornando-se o maior sucesso da história desse horário na emissora. O impacto foi tão grande que o nome “Jade” passou a ser usado por muitos bebês norte-americanos, e academias de Portugal passaram a oferecer aulas de dança do ventre, em referência à personagem.

Em termos de audiência, O Clone também fez história. Em 2001, a novela alcançou o maior índice de ibope do horário das 8 da noite, superando A Indomada (1997). A revista People chegou a nomear Giovanna Antonelli e Murilo Benício como o “casal mais famoso do mundo” em 2002, tamanha era a popularidade de seus personagens.

A trama de Glória Perez abordava temas como clonagem, questões culturais e a busca por identidade, além de destacar a força das mulheres e a luta pelo amor verdadeiro. O fenômeno cultural gerado por O Clone continua a ser lembrado com carinho e reconhecimento, sendo um marco na história da televisão brasileira e mundial.

Hoje, 23 anos depois de sua estreia, O Clone segue sendo uma referência para os fãs de novelas e para a cultura pop, com seu impacto ainda presente nas redes sociais e em debates sobre a importância da TV na construção da sociedade.

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